Ilhas Pitcairn

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Ilhas Pitcairn

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Informações básicas

As Ilhas Pitcairn são um agrupamento remoto de ilhas no Pacífico Sul, longe de qualquer continente e mesmo de outras ilhas habitadas. Elas são a última Colônia Britânica no Pacífico Sul. A acidentada ilha principal foi ocupada pela tripulação amotinada do navio Bounty e pelos polinésios que os acompanhavam, sendo que a maioria dos habitantes da ilha hoje em dia são seus descendentes. Eles formam a entidade de menor população a possuir um código ISO de país.

Regiões[editar]

  • Ilha Pitcairn - a única habitada do arquipélago
  • Ilha Henderson - a maior de todas, e tombada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO devido às espécies ameaçadas de pássaros que lá habitam
  • Ilhas Oeno e Sandy - par de ilhas próximas e local de "descanso" dos locais.
  • Ilha Ducie - distante das outras, com bastante pássaros exóticos

Cidades[editar]

  • Adamstown, uma vila formada por casas dispersas, localizada no alto da Montanha da Dificuldade, acima da baía de Bounty. É a capital.

Entenda[editar]

Pitcairn ou foi habitada ou visitada com freqüência pelos polinésios há muitos séculos, pois há diversas inscrições nas pedras. Foi também visitada durante curtos períodos por exploradores portugueses e britânicos, um dos quais lhe deu o nome. Permaneceu deserta até 1790, quando os tripulantes amotinados do Bounty e seus colegas taitianos se estabeleceram na ilha sob liderança de Fletcher Christian. Eles queimaram e afundaram o navio na baía que recebeu seu nome. O lugar foi escolhido por não haver outro onde o navio (ou o que restou dele) pudesse ser escondido. Foi então fundada uma vila em Pitcairn. De início era uma comunidade sem lei, dominada por bêbados violentos, até que John Adams, o último amotinado a sobreviver, converteu as mulheres e as crianças ao cristianismo. A população permaneceu anônima durante 24 anos, até ser redescoberta pelos britânicos, os quais permitiram a permanência da comunidade. Pitcairn foi a primeira ilha do Pacífico a se tornar colônia britânica, em 1838, e assim permanece até os dias de hoje, como o último vestígio daquele império do Pacífico Sul. O pico populacional aconteceu em 1937, quando chegou a ter 233 habitantes. Os principais motivos do decréscimo populacional são a emigração para as Ilhas Norfolk e a Nova Zelândia, ocorrida no século passado, bem como a quase proibição da imigração.

Clima[editar]

O clima é úmido e tropical, com o Trópico de Capricórnio passando um pouco ao norte das ilhas; as temperaturas médias são 16ºC no inverno e 30ºC no verão. A precipitação é moderada, sendo o inverno ligeriamente mais chuvoso. A região está sujeita à passagem de tufões entre novembro e março, mas eles não ocorrem com freqüência.


Paisagem[editar]

Cada ilha do arquipélago é única, inclusive com origens diversas.

  • Pitcairn tem formação vulcânica, com muitos penhascos e poucas praias, seu pico mais alto mede 337 m e é a única com fonte de água doce.
  • Henderson, a maior delas, é plana e formada por corais, apesar de sua elevação (entre 15 e 30 m acima do nível do mar) dever-se a atividade vulcânica. Há muitas cavernas na costa. Não tem água doce.
  • Oeno é pequena, plana, circulada por recifes de corais; é uma típica ilha paradisíaca do Pacífico Sul, com palmeiras, praias e lagoa interna. Próximo a ela fica uma pequena ilha de areia, conhecida por "Sandy Island". Não tem água doce.
  • Ducie fica longe das demais, a 200 km de Henderson e a 350 km de Pitcairn; é circulada por recifes, e há muitas aves marinhas. Leve água.

Chegar[editar]

Localização de Pircairn no mundo

O isolamento de Pitcairn, a irregularidade do terreno, a burocracia e a escassez de recursos se juntaram para fazer dali um lugar muito difícil de ser visitado. Qualquer um que queira ficar na ilha por qualquer período de tempo deve requerer uma licença do governador, pois a irregularidade dos transportes implica ter que ficar na ilha por várias semanas, às vezes meses. Essas licenças exigem atestado de saúde, prova de deixar a ilha ao final da visita, como uma passagem no navio seguinte, um mínimo de NZ$300 por semana para cobrir os custos de viagem, dentre outras condições, além de uma taxa de NZ$100; a validade da licença é de seis meses. [1]

De avião[editar]

Não há pista de pouso nas ilhas, as quais se encontram também fora de alcance dos helicópteros de qualquer outro lugar; logo, voar não é uma opção. A única área plana do local onde caberia apenas uma pista bem curta fica na remota ilha de Henderson, mas nada pode ser construído lá, por ser santuário ecológico e lugar tombado pela UNESCO. O aeroporto mais perto fica em Mangareva nas Ilhas Gambier, a 530 km.

De barco[editar]

A ilha principal é acessível a turistas por meio de um número pequeno de navios de cruzeiro e por iates particulares. Velejar da Polinésia Francesa é relativamente prático; de qualquer outro lugar, como Nova Zelândia ou Chile, significa atravessar milhares de milhas náuticas no Oceano Pacífico.

  • Pacific Expeditions - R/V Bounty Bay, Rarotonga, nas Ilhas Cook, +682-52400. [2] Oferece viagens de Mangareva, nas Ilhas Gambier, para Pitcairn.
  • Ocean Voyages, +1 415-332-4681 [3] agenda charters para a região.

A ilha localiza-se a meio caminho entre a Nova Zelândia e o Canal do Panamá, próxima à principal rota marítima; então viajar num navio de carga é possível. Contate o escritório de Administração de Pitcairn na Nova Zelândia (tel. +64-9 366-0186) para arranjar passagem (tarifas entre US$800 e US$1000, ida apenas).

Não há um cais seguro para navios de médio e grande porte; visitantes acessam a ilha em botes, que chegam à baía de Bounty, enquanto os navios ficam ancorados ao largo.

Circular[editar]

Há apenas uma via pavimentada na ilha principal, que vai da baía de Bounty à Adamstown, subindo a Montanha da Dificuldade. A maioria dos caminhos na ilha são trilhas de terra, em geral muito acidentadas. Caminhar ou andar de motorbikes (de 4 rodas) são os principais meios de locomoção; alugam-se bicicletas.

Fale[editar]

Inglês é a língua oficial e falada por todos. O pitkern -- mistura de inglês do século XVIII com taitiano e gírias de navio (ex. all hands para everyone, todo mundo) -- é falado entre os nativos.

Veja[editar]

  • Os restos do Bounty, na baía de Bounty.
  • A âncora do Bounty, na frente do edifício público, junto ao correio/biblioteca e à igreja.
  • O novo museu em Adamstown, com artefatos do navio afundado, selos, exemplares da revista National Geographic sobre as ilhas, dentre outras atrações. Planeja-se exibir ainda um dos quatro canhões do navio.
  • O túmulo de John Adams, aquele que cristianizou a comunidade.
  • A caverna de Fletcher Christian.
  • Uma tartaruga de Galápagos, chamada Mrs Turpin, deixada na ilha no começo do século XX, vive agora em Tedside, na costa noroeste da ilha.
  • Taro Ground, no sul, é a área mais plana da ilha, com a estação de rádio.
  • Flatland é um pequeno platô, acima de Adamstown, com quadra de tênis, vôlei e estrutura para pic-nic.
  • Garnet's Ridge, a 300 m de altura, proporciona uma ótima vista da ilha, de leste a oeste; o ponto mais alto da ilha fica a 337 m.
  • Down Rope, um penhasco na borda sudeste da ilha, com inscrições polinésias nas rochas e uma praia isolada e de areia na sua base.
  • Gudgeon é uma caverna no nível do mar no lado sudeste da ilha, onde se esconde uma praia larga e ampla de areia, cavada pela maré.

Faça[editar]

  • Com o oceano calmo, nadar na St. Paul's Pool, na parte leste de Pitcairn. Nadar, entretanto, pode ser perigoso devido ao excesso de rochas.
  • Navegar às outras ilhas. Oeno possui lindas praias, boas para nadar e mergulhar.
  • Observar pássaros em Henderson. Também é boa para mergulho.
  • No dia 23 de janeiro, anualmente, celebra-se o "Bounty Day", com um grande jantar comunitário e a queima de uma réplica em escala do Bounty .

Coma[editar]

Há uma pequena mercearia com produtos importados da Nova Zelândia e da Polinésia Francesa, aberta três dias por semana, durante uma hora.

A cozinha baseia-se em frutos do mar, combinados com banana, batata-doce, batata, feijões, tomate, entre outros vegetais. Há uma grande variedade de frutas plantadas na ilha.

Beba[editar]

É possível comprar álcool na loja do Governo e no Christian's Cafe.

Durma[editar]

Quem ficar mais de um dia na ilha deve arranjar com o prefeito um lugar para dormir; solitários e casais normalmente ficam na casa dos locais; grupos ocupam o lugar do governo conhecido como "The Lodge". É necessário arranjar lugar para ficar antes de obter a licença para visitar a ilha.

Compre[editar]

A economia local baseia-se no escambo (troca direta), com os habitantes da ilha produzindo a maior parte de seus alimentos, fazendo trocas com cargueiros passantes ou pescando comunitariamente. Quando dinheiro é usado, empregam-se dólares neozelandezes. Entretanto, dólares americanos, australianos ou libras esterlinas também são facilmente aceitos.

Os principais itens produzidos no lugar são cestas, modelos do Bounty, pequenas esculturas da vida selvagem do país, mel e selos postais. Tudo mais precisa ser importado e custa de acordo.

Trabalhe[editar]

Não há trabalhos disponíveis para não-residentes, e apenas alguns serviços profissionais básicos, como professor, enfermeira, assistente social, são contratados pelo governo na Nova Zelândia, além do pastor adventista, designado pela própria igreja. Por outro lado, todos que estão na ilha temporariamente devem arranjar um meio de sustento e de ajudar a comunidade, como, por exemplo, trabalhar nos barcos que vão até os cargueiros buscar suprimentos.

Segurança[editar]

Houve um problema sério e crônico de abusos sexuais contra jovens mulheres locais em 2004, o que resultou na investigação da população masculina e na prisão de seis homens. Antes disso, o país sempre foi considerado um lugar bastante seguro, com nenhum crime violento. Depois disso, também.

Saúde[editar]

Periodicamente, equipes médicas passam um tempo na ilha examinando os habitantes. Pitcairn conta com um pequeno centro de saúde, com equipamento de dentista, de raio X e medicamentos de emergência. Além disso, a mulher do pastor trabalha como enfermeira. Entretanto, problemas mais sérios não podem ser tratados na ilha, e alguém numa situação de emergência pode ter que esperar dias ou semanas, até que um navio forneça transporte ou estrutura médica adequada.

Respeite[editar]

A quase totalidade da população é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora as cerimônias tenham diminuído, a doutrina da igreja é altamente influente tanto na prática pública como nas leis civis. Por exemplo, o álcool era proibidio até recentemente; dançar, demonstrar afeto e fumar cigarros em público são desaprovados; os sábados são sagrados e dias de descanso, podendo-se apenas orar; as pessoas vestem-se com modéstia.

Não leve abelhas ou equipamento de apicultura para a ilha, pois o país tem suas abelhas certificadas como livres de doenças e a produção de mel é uma das suas principais atividades econômicas. Além disso, a competição que se estabeleceria entre as abelhas locais e as que foram introduzidas poderia provocar graves desequilíbrios ecológicos.

Mantenha contato[editar]

  • Existe um único telefone por satélite na ilha, com secretária eletrônica: + 872 76-233-7766.
  • Eletricidade (240V) apenas durante pouco tempo pela manhã e algumas horas à noite. Não há rádios ou TVs.
  • Os serviços de correio são via Nova Zelândia, irregulares, às vezes demorando meses para entrega. A agência do correio abre três dias por semana, durante uma hora.
  • Graças ao serviço de monitoramento sísmico em Pitcairn, a ilha agora está conectada à internet, via satélite, a 128 kbps, com conexão sem fio grátis em toda Adamstown.


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